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Mendoza, além de uvas e vinhos! Passeio “Alta Montaña”.

Sim Mendoza é a capital do Vinho Argentino, mas nem apenas de vinho vive o viajante que vai a Mendoza. Também tem o visual arrebatador das Cordilheiras, vem com a gente. Gente, escrevi esse artigo com muita emoção, de verdade. Um dos lugares mais mágicos que fui na Vida!

Mesmo que você não seja um entendedor de vinho, depois de uma viagem a Mendoza você sairá no mínimo um conhecedor. Logo que você chega na cidade sente o clima um pouco diferente da Capital Buenos Aires (Roteiro Buenos Aires), seja pelo tamanho da cidade, seja pela temperatura mesmo. No verão (dezembro e fevereiro) as temperaturas podem chegar até 40°C. Mas em compensação as parreiras estão cheias de Uva! Porém não se engane, no inverno chega a nevar na cidade. Ao final do mês de fevereiro começa a colheita das uvas brancas, e em março mais ou menos é a vez das uvas tintas. Inclusive soube que é uma época bem animada por Mendoza. Aliás, no primeiro sábado de março, acontece a Festa da Vindima, um evento na cidade que deixa ela bem lotada.

Hipnotizada diante das Cordilheiras
dos Andes (Verão 2020)

Assim que chegamos a cidade corremos para uma agência de turismo fechar passeios, sobre isso: temos duas sugestões: recomendo e não recomendo, como assim? Não comendo pois o ideal é agendar os passeios com antecedência, pois as melhores e exclusivas vinícolas atendem com horário marcado. Então tínhamos poucos dias e não foi possível ir nas melhores, fomos nas “pega turistas”, sabe como é neh? Lotadas de turistas, vinícolas apenas para vendas, nada muito “artesanal”. E recomendo em favor dos preços, essas são mais acessíveis financeiramente. As exclusivas, boutiques e chiqs são um pouco mais caras. Você consegue também as menos exclusivas, mas reserve com antecedência (não cometa nosso erro e o motivo de ter que voltar a Mendoza). Aqui está um post sobre as Vinícolas e Oliveiras em Mendonza.

E se você quiser saber o que fazer na cidade de Mendonza, além dos passeios turísticos. Leia o post Dicas para conhecer Mendoza.

Mendoza é localizada na parte inferior das Cordilheiras dos Andes, significa que para onde olhar estará ela ao horizonte, hipnotizando a todos com seus enfeites de neve (mesmo no verão dá pra visualizar um pouco de picos de neve). Sério, é lindo mesmo, vale toda a viagem. Arrepiada até agora só de lembrar, o lugar tem realmente paisagens de tirar o folego. O panorama durante todos os passeio são típicas de cenas de filmes, realmente arrebatadoras (Esse passeio específico tem duração de umas 12h).

Embalse Potrerillos (eu e meu maridinho
em Janeiro de 2020.

Esse passeio é chamado “Alta Montaña” o caminho do Aconcágua (montanha mais alta da América) que começa pelo Embalse Potrerillos. É um lago/represa lindo, azulzinho e com vista para as Cordilheiras. Se o dia tiver de sol (300 dias de sol em Mendoza) você fará fotos incríveis, se for com o Crush dá pra fazer até fotos românticas (tipo pré wedding). O Embalse Potrerillos é uma represa artificial criado em 2001 pra controlar a água do Rio Mendoza, na Região de Cuyo. Uma construção que criou um cenário de sonhos e ajudou a aumentar o turismo na vila e região. O lugar é lindo e recomendamos muito.

Esse mesmo passeio segue para estação de esqui Los Penitentes no inverno, como estávamos no verão (calor daqueles) fomos direto para o Parque Provincial Aconcágua, foi apenas uma parada para foto e que nos acostumássemos com a subida, afinal estamos indo para um dos pontos mais altos da América. A parada é bem rápida, e o frio começava a ficar bem rigoroso nessa parte da Cordilheira, apesar de ser verão. Gente sou Pernambucana, qualquer ventinho é frio pra mim.

Plaquinha na entrada do Parque Aconcágua (Janeiro / 2020)

Próxima parada foi em um dos últimos vilarejos do lado argentino, o Las Cuevas, lugar que tem poucos habitantes. É nesse vilarejo onde as pessoas partem para ver o Cristo Redentor dos Andes. Inclusive foi lá que almoçamos. Não curtimos muito o almoço, por sermos vegetarianos tinha apenas uma opção. Mas como não levamos sanduíche nem nada, comemos. Dica pulo do gato: Leve seu lanche/almoço. Pronto, agora vamos subir o Cristo Redentor dos Andes. Antes de comprar esse tour, perguntei ao agente de viagem se faria frio, ele disse que apenas um casaquinho era suficiente. MENTIRA! você não tem noção do frio que estava lá no Cristo, sensação térmica -5°C. Para ter uma noção, ele não abre no inverno apenas no verão (será que faz frio lá no inverno)? Não abre devido a neve na estrada, fica impossível de subir.

A estrada até o monumento tem 9 km de chão batido só subida e como eu disse apenas funciona no verão, pois não há neve. As curvas são bem fechadas e a largura da pista é variável, às vezes estreita e muitas vezes bem estreita. Sem falar nos penhascos na beira da estrada, que são um pouco assustadores, principalmente para quem tem medo de altura (meu marido no caso).

A caminho do Cristo dos Andes

Chegamos no Cristo Redentor dos Andes ( monumento criado para celebrar a superação pacífica de um conflito por questões de limites que levou a Argentina e o Chile à beira de uma guerra) e PAh! Aconteceu, o arrebatamento. Primeiro que a subida, de van, já é pura aventura. Paisagens de tirar o folego durante todo o caminho. Ao chegar no local de desembarque você precisa criar coragem para sair a Van e enfrentar a ventania. Ao sair primeiro você se arrepende (frio e vento gelado) mas depois você contempla. As cordilheiras estão tão próximo que parece temos a sensação que iremos conseguir tocar, de tão perto. O cristo fica no meio entre Chile e Argentina. No lado Argentino não tinha nenhuma bandeira, apenas do lado chileno.

O frio era muito grande, a ventania super forte. Tinha apenas duas cabanas SEM BANHEIRO então a dica é usar o banheiros na parada antes da subida. E leve cachecol (mesmo no verão) porque quanto mais agasalhado (a) você estiver, mais tempo você consegue ficar fora d van, mais fotos você faz e mais tempo para contemplar aquela vista e ais tempo para perder o fôlego com aquela beleza natural. E ficar quase sem dente, eu não conseguia sorrir (tenho dentes muitos sensíveis) por causa do vento gelado.

Vista do alto do Cristo de los Andes (verão 2020)

Encantador, surpreendente são palavras que descrevem a experiência que tive ao chegar ao Cristo dos Andes. Valeu a pena, tudo, para chegar até aqui. (Fernando Medeiros, 2020).

É um pouco assustador olhar do alto todo o percurso feito pela estrada sinuosa, porém todo esforço é compensado pelo visual incrível que se tem lá de cima (até para quem tem medo de altura, ou não curte frio).

A escultura tem uns sete metros de altura, pesando umas quatro toneladas e encontra-se em um pedestal com seis metros de altura. Foi feita em Buenos Aires pelo escultor argentino Mateo Alonso e levada de trem até o povoado de Las Cuevas, para depois ser carregada morro acima nas costas de animais (absurdo).

Cristo Redentor de Los Andes, que se encontra a 3.848 metros acima do nível do mar, na divisa da Argentina com o Chile.

Ficamos lá por apenas uns 10 a 15 minutos, não dá para ficar mais que isso. Devido ao frio e a altitude. Também não tem muita estrutura como falei. Compramos um chocolate quente e um cachecol para o marido, apenas. Nas barraquinha vendiam comida (um único lanche), suvenir e acessórios de frio, claro.

Depois começamos nosso caminho de volta a Mendoza. Passamos pelo mesmo perrengue na descida, porém a Van mais devagar. Paramos nas cidades anteriores o que foi ótimo e depois fomos para o a Puente del Inca.

Puente del Inca

A Ponte fica a cerca de 175 km da cidade de Mendoza. A altitude nessa região é de 2.700 metros acima do nível do mar. Essa ponte sobre o Rio Caves é uma formação natural e cercada de mitos e lendas, foi formada pela erosão causada pelas águas do rio e sua cor amarelada é devido à recepção contínua do enxofre presente na água. Até 1965 existia um hotel chamado Puente del Inca, nos arredores da ponte, atraindo visitantes em busca de águas termais que possuem valor terapêutico. Porém no ano citado ocorreu uma avalanche atingindo a região, deixando o hotel em ruínas. Atualmente o local onde se encontra a Puente del Inca atrai muitos turistas e possui uma feirinha de artesanatos. Por ali ainda encontram-se os trilhos do antigo trem trans-andino, a ligação ferroviária que existia entre o Chile e a Argentina, porém não funciona há décadas. Dica aqui é melhor para comprar comida do que em Las Cuevas.

Em seguida, depois de alguns quilômetros e antes de voltar para Mendoza, paramos no povoado chamado Uspallata, um povoado com uns 7 mil habitantes e que se encontra a 120 km de Mendoza. É o ponto de encontro de algumas rodovias, possui alguns hotéis, albergues e restaurantes. Recomendo parar comprar comida, bebida, artesanato local. Nunca mais comi um alfajour como o que encontrei nessa cidade, artesanal, único. COMPRE, não esqueça!

Trilhos desativados

Minha gente, foram mais  de 500 km de passeio que começou pela manhã e só terminou ao anoitecer. Foi o dia todo entrando e saindo da van, conhecendo lugares com paisagens incríveis, com muitas mudanças de altitude e temperatura ao longo do dia. Em poucas horas saímos de 24ºC a 750 metros de altitude na cidade de Mendoza para chegar até 3.854 metros acima do nível do mar com sensação térmica negativa no topo do Cristo Redentor de Los Andes.

Realmente é um passeio cansativo mas vale muito, não é todo dia que somos arrebatados com paisagens e histórias tão diferentes da que estamos acostumados em nosso dia a dia, foi um dia inesquecível! Viajar é isso não é? Ser surpreendido.

Se quiser saber mais sobre Mendoza acesse o Instagram @deise_france ou o artigo que falo sobre Mendoza.

Se você já fez esse passeio ou tem interesse em fazer deixe seu comentário, ajude a complementar esse post e/ou faça perguntas pata que eu possa responder, com todo carinho!

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